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Tenho Liberdade para ser Racista?

Quinta-feira, 20.02.20

Posso chamar alguém de "branco"? E de "preto"? Tenho liberdade para isso? Tenho. Muita gente acha que não se pode ser racista, mas é falso. Eu não sou racista e gosto muito de algumas raças de animais e da raça humana que é só uma - homo sapiens sapiens (homem que sabe que sabe). Mas alguém tem, de facto, liberdade de dizer coisas, sejam elas quais forem. A liberdade tem destas coisas porque não há almoços grátis e, desta forma, há uma moeda de troca, que é aceitar que os outros tenham a mesma liberdade de dizer coisas que nós temos, por mais parvas que elas sejam.

Eu posso sentir-me insultado? Claro que sim. Posso sentir-me insultado com bonés verdes, pessoas de cabelo comprido ou paredes brancas, mas ninguém tem nada a ver com isso. Tenho liberdade de dizer besteiras e de me sentir insultado com parvoíces. Se queremos uma verdadeira democracia temos de aceitar ouvir ideias más.

Cada um de nós tem um quintal de liberdades e não pode estragar o do vizinho. Alguém pode dizer que o vizinho tem uma relva feia e este pode sentir-se insultado com os desenhos na relva que o outro fez, mas cada um está no seu quintal. Nenhum deles pode passar a fronteira e estragar o quintal do outro. Podemos dizer coisas mas não as podemos concretizar, desde que atentem a liberdade e vida do outro.

Isto de liberdade é muito bonito mas quando os outros têm a liberdade que não gostamos que tenham já não a queremos permitir. No entanto, existe um limite na liberdade de expressão: quando o que se diz tem, potencialmente, seguimento em reações físicas perigosas.

Alguém pode chamar preto a um preto mas não tem liberdade para bater-lhe. Pode fazer isto pois tem liberdade para ser execrável e os outros têm a liberdade de chamar-lhe execrável, mas não para lhe bater. A moeda de troca tem de ser semelhante. Porque não igual? Porque somos homo sapiens sapiens e podemos ensinar, argumentar, ser críticos. Por isso, quando um execrável disser barbaridades, vamos deixá-lo dizer. Depois, vamos perceber porque disse aquilo. Se ele não souber explicar, e continuar a insultar, nós saberemos que tem um pensamento irracional e acrítico, ou seja, não usou premissas para chegar a uma conclusão. Apenas tem a conclusão e pronto. Assim, já sabemos que estamos perante um indivíduo menos evoluído, um homo sapiens (apenas homem que sabe) 

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publicado por Dário Cardina às 20:17





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