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O Coronavirus

Domingo, 26.01.20

Desde o início do ano que surgiu um surto de coronavírus na Cidade de Wuhan, na China. Eu entendo a preocupação inicial já que se trata de uma estirpe nova no contacto com humanos e, por isso, os nossos mecanismos de defesa não atacam com tanta eficácia.

Recentemente surgiu a ideia de que o vírus terá saído inadvertidamente do Wuhan National Biosafety Laboratory, um laboratório de biossegurança nível 4 (o nível mais elevado). No entanto não existem evidências disso e até acho muito difícil tal acontecer, devido aos protocolos e quantidade de segurança que estes laboratórios possuem.

Mas como é que o vírus infectou humanos? Este virus é zoonótico, ou seja, tem o potencial de passar entre algumas espécies. O hospedeiro tem sido o morcego. No SARS-CoV (Síndrome Respiratória Aguda Grave), de 2002, divergiu do morcego cujo vector para o ser humano foi um texugo e no MERS-CoV (Síndrome Respiratória do Médio Oriente) divergiu do morcengo tendo, como vector para o humano, o camelo. O actual coronavírus, 2019-nCoV, divergiu do morcego tendo, talvez, como vector para o ser humano a cobra ou um texugo.

O mesmo alarme aconteceu com a gripeA H1N1 2009, já que o H1N1 de 1918 matou entre 50 a 100 milhões de pessoas. O que conta para o impacto de uma epidemia não é o número de mortes mas sim a mortalidade, ou seja, o número de mortes por infectados. No caso deste coronavirus a mortalidade está baixa (neste momento 40/1300 = 0,03) mas, dependendo das vítimas, pode ter mortalidade elevada em determinados tipos de população. Com H5N1 a infecciosidade era baixa mas a mortalidade elevada, isto porque infectava uma população muito reduzida e restrita geograficamente. Eram pessoas com uma mutação que lhes permitia que as células conseguissem "agarrar" o vírus vindo directamente das aves, sem passar por suínos.

Pelo que li, as vítimas do 2019-nCoV são pessoas idosas. Temos de estar atentos pois o vírus pode afectar mais outro tipo de populações que teve menos, ou nunca, contacto com coronavirus. Os idosos e crianças são os mais afectados porque as crianças ainda não têm uma memória imunitária robusta e os idosos porque a memória imunitária mantêm-se no organismo por cerca de 60 anos.

Neste momento, o 2019-nCoV está em 4 continentes (América, China, Europa e Oceania). Podemos considerar uma epidemia. Assim que a mesma estirpe chegar a África podemos considerar uma pandemia de coronavírus

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publicado por Dário Cardina às 02:13





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